Você sabia que a igreja tem uma história super longa, cheia de acontecimentos, mudanças e também aventuras? Pois é! Desde que Jesus viveu entre nós até os dias de hoje, muita coisa aconteceu. Vamos dar uma volta no tempo para entender como tudo começou e como a igreja foi se transformando até chegar ao que conhecemos hoje. Diga para as crianças prestarem bem a atenção, porque essa é também a nossa história e é muito importante saber de onde viemos e como chegamos até aqui.
1. O Início de Tudo
Tudo começa há mais de dois mil anos, lá na Terra Santa, sim, em Israel onde Jesus nasceu e viveu. Naquela época, o mundo era bem diferente do que conhecemos hoje. Muitas pessoas acreditavam em vários deuses, mas Jesus começou a ensinar sobre um Deus que era o Criador de tudo e que amava as pessoas como um pai amoroso.
Esse jeito de falar de Deus era algo novo, pois Jesus começou a falar de um Deus santo, sem pecado, sem vícios, sem maldade, algo bem diferente do que a cultura greco-romana havia deixado de legado com os seus deuses criados cheios de vícios e imperfeições. Esse Deus santo, perfeito, imutável, onisciente (que tudo sabe), onipresente (que está em todo lugar) e onipotente (que possui todo o poder) queria acessar os corações das pessoas para tirar delas os seus pecados e também curar elas das suas enfermidades! Isso chamou a atenção de muita gente.
Jesus andava de cidade em cidade contando histórias, que hoje a gente chama de “parábolas”. Ele ensinava sobre a bondade, o perdão e como viver em paz com os outros. Aos poucos, foi reunindo seguidores que gostavam dessas ideias e queriam aprender mais. Esses primeiros amigos e seguidores de Jesus foram chamados de discípulos. Eles viviam ao lado de Jesus, aprendendo e ouvindo suas lições todos os dias.
Quando Jesus morreu e ressuscitou, esses discípulos continuaram a espalhar seus ensinamentos. Eles eram os primeiros cristãos e se reuniam para orar e falar sobre Jesus de casa em casa, nas ruas, nas praças, no templo onde os judeus se reuniam, já que naquela época não existiam igrejas como as que temos hoje. Eles se apoiavam muito, formavam uma comunidade unida, e queriam que o mundo conhecesse essa mensagem desse infinito e poderoso amor de Deus.
2. Os Primeiros Cristãos: Uma Jornada Cheia de Coragem
Depois que Jesus morreu, ressuscitou e foi para o céu, seus seguidores precisaram de muita coragem para seguir pregando o evangelho e sendo testemunhas vivas do poder transformador de Deus nas vidas de homens, mulheres e de crianças também (Jesus amava as crianças e sempre queria elas pertinho dele). Mas, naquela época, nos primeiros anos após Jesus voltar para o céu, viver como cristão era bem perigoso, pois muitos governantes não gostavam do que os cristãos pregavam. Eles achavam que os cristãos poderiam mudar as regras e desobedecer ao império e ao imperador (o líder mais poderoso na época, tipo um presidente nos dias de hoje, mas com maior poder), então perseguiam os seguidores de Jesus. Em algumas cidades, ser cristão era considerado um crime! Muitos cristãos foram para a cadeia, sabia?
Mas o mais importante é que muitos cristãos nunca abandonaram Jesus e aceitaram ir até mesmo para as prisões destinadas a grandes criminosos apesar de não terem feito nada de errado para merecerem ir para lá, a não ser o fato de não terem negado Jesus como aqueles líderes queriam que eles fizessem. Um exemplo de um homem que foi preso e que depois foi inclusive jogado no Coliseu em Roma – um lugar muito triste onde colocavam os cristãos e outros prisioneiros para lutar com leões e outras animais ferozes como um “espetáculo” para quem assistia, tipo ir ver um futebol – foi Policarmo de Esmirna. Foi ele quem disse, antes de ser jogado no Coliseu: “Tenho seguido a Cristo por oitenta e seis anos sem que ele tenha me feito mal algum; por que eu haveria de negá-lo agora?”
Mesmo assim, essas pessoas continuaram reunindo-se em segredo. Algumas vezes, se encontravam em cavernas ou lugares escondidos para não serem descobertas. Eles se apoiavam muito uns nos outros e oravam juntos para que tivessem forças para continuar. O que os mantinha firmes era a fé em Jesus e por saber que estavam seguindo os passos de Jesus, a coisa mais maravilhosa que existe e que nos dá a maior recompensa de todas: a vida eterna ao lado de Deus.
A igreja começou a crescer mesmo em meio às dificuldades. Cada vez mais pessoas queriam fazer parte desse grupo e aprender sobre os ensinamentos de Jesus. Essa fase foi muito importante para o cristianismo, porque, mesmo em segredo, a igreja foi se espalhando para várias partes do mundo. Uma coisa era certa: nada poderia parar a fé em Jesus que unia aquelas pessoas.
3. Quando o Cristianismo Chegou ao Império Romano
Depois de muitos anos, algo incrível aconteceu! No Império Romano, que era superpoderoso na época, um imperador chamado Constantino se interessou pelo cristianismo. Constantino foi um dos primeiros governantes a ver a fé cristã com bons olhos. Dizem que ele até teve uma visão de Jesus antes de uma grande batalha e, depois disso, resolveu apoiar os cristãos.
Constantino fez uma coisa muito importante: ele parou a perseguição aos cristãos. Isso significava que as pessoas poderiam se reunir, orar e falar sobre Jesus sem medo de serem presas ou castigadas. Imagina só como eles ficaram felizes! Esse foi um dos primeiros passos para que o cristianismo se tornasse a religião oficial do Império Romano.
A partir daí, a igreja ganhou muita força. Surgiram as primeiras grandes construções onde os cristãos podiam se encontrar, que foram as primeiras versões das igrejas. Os líderes da igreja começaram a se organizar melhor, definindo como seriam os cultos, as celebrações e até as orações. Esse apoio fez com que o cristianismo se espalhasse ainda mais.
4. A Igreja e o Poder na Idade Média
Com o passar do tempo, a igreja foi se tornando tão forte que passou a influenciar até a vida dos reis e das pessoas mais poderosas. Na Idade Média, a igreja tinha um papel importantíssimo em quase todos os lugares da Europa. Nessa época, foram construídas grandes catedrais, que são aquelas igrejas enormes com torres altas, vitrais coloridos e cheias de detalhes por dentro. Cada cidade queria ter uma catedral que fosse mais bonita do que a da cidade vizinha!
Além disso, a igreja ajudava as pessoas em situações difíceis. Ela começou a criar hospitais e escolas, onde os pobres podiam ser cuidados e aprender. Os líderes da igreja, que eram chamados de bispos, padres e monges, dedicavam suas vidas a essas obras. A ideia era que a igreja pudesse ajudar a tornar a vida das pessoas mais tranquila e cheia de esperança.
Mas nem tudo foi perfeito. Algumas pessoas que estavam no comando da igreja acabaram se envolvendo demais com o poder e, por isso, se afastaram dos ensinamentos originais de Jesus. Algumas atitudes não foram boas e causaram problemas, como a venda de indulgências, uma prática em que as pessoas podiam pagar para serem “perdoadas” pelos seus pecados. Isso trouxe muitos desafios para a igreja e causou muita confusão, afinal o perdão de Deus não pode ser comprado. O perdão de Deus é um presente, é de graça, é um dom gratuito que Deus dá a todos que se achegam até ele e que recebem o seu convite de “vinde a mim” e que abrem os seus corações para Jesus.
5. A Reforma Protestante e a Mudança no Cristianismo
Por volta do ano de 1500, as pessoas começaram a notar que a igreja precisava mudar. Um homem chamado Martinho Lutero, um monge alemão, se tornou um dos grandes responsáveis por essa mudança. Ele acreditava que a igreja deveria voltar a seguir apenas o que estava escrito na Bíblia, sem práticas que fugissem dos ensinamentos de Jesus.
Lutero escreveu 95 ideias, ou “teses”, sobre como ele achava que a igreja deveria se transformar, e pregou esse texto na porta de uma igreja na Alemanha. Isso causou uma verdadeira revolução! Suas ideias rapidamente se espalharam, e muitas pessoas começaram a concordar com ele. Esse movimento ficou conhecido como Reforma Protestante.
A partir desse momento, o cristianismo se dividiu em duas grandes partes: a Igreja Católica e as igrejas protestantes. Esse novo grupo começou a seguir seus próprios ensinamentos e a organizar suas comunidades de forma diferente. Essa divisão marcou um novo período no cristianismo, onde cada grupo seguia o que achava ser mais fiel aos ensinamentos de Jesus.
6. O Cristianismo Chegando na América
Quando os europeus começaram a explorar as Américas, a igreja também estava presente. Missionários cristãos acompanhavam os navegadores e exploradores para espalhar a mensagem de Jesus por essas terras distantes. Eles queriam ensinar sobre a fé para as populações indígenas, que já tinham suas próprias crenças e tradições.
Esse encontro nem sempre foi tranquilo. Em muitos casos, os indígenas foram forçados a se converter, e algumas práticas religiosas tradicionais foram proibidas. Isso trouxe problemas e sofrimento para as culturas locais, pois as pessoas eram obrigadas a mudar seus costumes. Com o tempo, porém, a igreja foi aprendendo a respeitar mais as diferenças e a criar uma convivência mais harmoniosa.
Apesar dos conflitos, a igreja se espalhou rapidamente pelas Américas, e o cristianismo passou a fazer parte da cultura desses lugares. Igrejas católicas e protestantes foram estabelecidas, e as comunidades locais foram criando suas próprias liturgias (formas de celebrar o culto), misturando um pouco das tradições cristãs com suas próprias culturas. Esse foi um dos efeitos do protestantismo: passou-se a ter muitas denominações diferentes com propostas de cultos diversificadas.
7. A Igreja Hoje
Hoje existem muitos denominações e também igrejas conhecidas como não-denominacionais, ou seja, igrejas independentes e desvinculadas de alguma instituição histórica, como os batistas, presbiterianos, luteranos, entre outros. Algumas igrejas ainda são bem tradicionais, com missas e cultos com liturgias solenes, enquanto outras são mais modernas, com músicas animadas e encontros descontraídos.
A pergunta que fica é: apesar das diferenças entre todas essas igrejas existentes, existem questões fundamentais sendo praticadas em uma comunidade cristã ou outra que divergem das verdades de Deus entregues e ensinadas na Bíblia? Se sim, temos que buscar enxergar isso com humildade e coração sincero para podermos corrigir os erros, começando em nossas vidas e, com a ajuda de Deus, corrigir também em nossa comunidade cristã e igreja da qual fazemos parte.
Se não tiver nenhum erro teológico e fundamental sendo realizado, as diferenças entre uma igreja ou denominação é apenas uma questão de gosto ou de preferências e isso não deve nos dividir, mas devemos buscar ter um coração que busca a unidade da Igreja na cidade em que moramos, afinal, conforme vemos na Bíblia, as igrejas no tempo de Jesus não tinham nome e nem placa, mas eram identificadas pelo nome da cidade onde elas estavam, por exemplo: Igreja de Éfeso, Igreja de Corinto, Igreja de Roma ou Igreja que se reúne em Éfeso, em Corinto e em Roma. Pois, no final, o que importa é termos um mesmo desejo e busca sincera: servir a Cristo com tudo o que temos e com tudo o que somos e glorificar a Deus através das nossas vidas e da nossa comunidade cristã local.
As igrejas se envolvem em várias ações sociais, como cuidar dos pobres, visitar pessoas doentes e ajudar quem precisa. Muitas trabalham em questões como a justiça social e o cuidado com o planeta. Essa ideia de serviço ao próximo é uma das coisas que mais aproximam as igrejas dos ensinamentos de Jesus.
8. O Futuro da Igreja
E agora, o que será que vem pela frente? O futuro da igreja ainda está sendo escrito? Na verdade, o futuro já é certo conforme nos é ensinado em Apocalipse. Em Isaías, Deus diz que conhece o fim desde o princípio: “Eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro como eu. Desde o início, faço conhecido o fim; desde tempos remotos, o que ainda virá. Eu digo: ‘O meu propósito permanecerá em pé, e farei tudo o que me agrada’.” Isaías 46:9-10, Nova Versão Internacional – Português (NVI). A Bíblia nos conta que Deus já conhece o final da história desde o começo, e podemos confiar que Ele está no controle!
Não sabemos quando Jesus voltará, mas uma coisa é certa: a missão de seguir os ensinamentos de Jesus, pregar o evangelho, fazer o bem a todo e glorificar a Deus com nossas vidas deve ser algo para todos nós, dos mais pequeninos aos mais idosos.
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