Um dos aspectos mais marcantes da construção do Tabernáculo foi o envolvimento de toda a comunidade israelita. Após Deus dar instruções detalhadas a Moisés sobre como o Tabernáculo deveria ser feito – incluindo materiais preciosos como ouro, prata, bronze, tecidos finos e madeiras –, Ele pediu apenas uma coisa: que o povo contribuísse com generosidade de coração. E eles contribuíram. As doações foram tão abundantes que, em certo momento, Moisés precisou pedir ao povo que parasse, pois já havia mais do que o necessário. Essa passagem, registrada em Êxodo 36:5-7, ilustra de forma poderosa a força da obediência e da gratidão.
Agora imagine essa multidão – homens e mulheres – trazendo tudo o que tinham de melhor: objetos valiosos, habilidades manuais e disposição para ajudar. Nem todos participaram diretamente da construção, mas todos tinham algo a oferecer. A Bíblia menciona de forma especial dois artesãos, Bezalel e Aoliabe, escolhidos por Deus por suas habilidades únicas para liderar a obra artesanal descrita em Êxodo 35:30-35. Eles não apenas trabalhavam, mas também ensinavam outros.
Isso nos lembra que ninguém realiza grandes coisas sozinho. O Tabernáculo foi fruto de um esforço coletivo: cada pessoa ofereceu o que tinha, certa de que, mesmo pequena, sua contribuição fazia toda a diferença. Não é assim em muitas áreas da nossa vida? Seja em nossa família, igreja ou comunidade, há algo profundamente belo em saber que somos parte de algo maior do que nós mesmos.
O Propósito do Tabernáculo
Os israelitas obedeceram – e de forma impressionante. Mas alguém poderia perguntar: por quê? Por que gastar tanto tempo e esforço em algo tão específico? Para entender isso, é preciso voltar ao que Deus disse a Moisés no início: “E farão um santuário para mim, e eu habitarei no meio deles.” (Êxodo 25:8). O Tabernáculo era mais do que uma tenda bonita; era um espaço onde Deus demonstraria Sua presença de maneira tangível e visível ao povo.
Dentro do Tabernáculo, havia divisões específicas, como o Santo dos Santos – um lugar tão sagrado que apenas o sumo sacerdote podia entrar ali, e isso apenas uma vez por ano. Havia também a Arca da Aliança, que continha os Dez Mandamentos. Cada detalhe tinha um significado profundo, apontando para Deus como o centro da vida dos israelitas. Esse não era um “monumento” estático; era um espaço vivo, onde sacrifícios eram feitos e onde as pessoas buscavam reconciliação com Deus.
O Tabernáculo era, acima de tudo, uma antecipação de algo muito maior. Séculos depois, Jesus Cristo seria chamado no Evangelho de João de “aquele que habitou entre nós”. A palavra usada ali – “habitou” – remete à ideia do Tabernáculo! Desde o início, tudo apontava para a conexão de Deus com Seu povo.
O Tabernáculo Interior
Mas e hoje? Como vivemos essa mensagem? Não há mais um Tabernáculo físico. É verdade, não precisamos mais construir tendas detalhadas ou carregar Arcas da Aliança por desertos (ufa!). Mas isso não significa que Deus deixou de querer habitar entre nós. Pelo contrário! Ele deseja fazer morada no coração das pessoas – um tipo de Tabernáculo interior.
Em 1 Coríntios 6:19, Paulo descreve nossos corpos como “templo do Espírito Santo”. É uma forma bela de dizer que Deus ainda busca estar presente conosco de forma profunda e pessoal.
Isso muda completamente a maneira como vemos nossas vidas diárias, não é? A obediência sincera dos israelitas ao construir aquele santuário pode nos inspirar a abrir espaço dentro de nós mesmos para recebermos a presença divina hoje. Que tipo de “materiais” estamos levando para oferecer nesse nosso lugar interior? Estamos construindo algo digno?
Uma Reflexão Prática
Para concluir, aqui vai uma ideia prática: visualize a construção do Tabernáculo de forma criativa. Se estiver lendo com outras pessoas, que tal convidar as crianças a criarem um modelo de Tabernáculo com materiais recicláveis ou qualquer coisa que tenham à disposição? Não importa se não ficar perfeito; o importante é focar nos elementos essenciais aprendidos: colaboração, obediência e propósito santo.
Depois disso, reserve um momento silencioso para refletir ou orar, como se estivesse na presença do próprio Tabernáculo. Quem sabe percebemos que Ele realmente já caminha conosco durante toda a nossa jornada?
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